A economia sob demanda, que preza pela flexibilidade, favorece o empreendedorismo e impulsiona geração de renda
Ser contratado com carteira assinada, receber salário fixo todos os meses, possuir um expediente definido e construir uma carreira de muitos e muitos anos na mesma empresa. Esse modelo de trabalho, cada vez mais, perde espaço. A chamada gig economy (ou economia sob demanda) envolve uma forma dinâmica e flexível de atividades. Os colaboradores, neste caso, são independentes e realizam serviços pontuais em diversas áreas. Há professores, médicos, motoristas, esteticistas, advogados, garçons…
O sistema de freelancers e tarefas temporárias está longe de ser algo novo, mas a tecnologia dissolveu barreiras e tornou mais acessível a conexão entre clientes e prestadores de serviço e vendedores. O que antes costumava integrar uma cultura de quebra-galho ou bico ganhou corpo e um peso cada vez maior no mercado brasileiro. A gig economy se popularizou no país há menos de uma década, quando as principais empresas do setor se difundiram de vez por aqui, caso da 99.
Neste formato, há sempre uma plataforma on-line que fomenta e organiza a oferta e a demanda e gera confiança extra para consumidor e colaborador. Além disso, o modelo favorece um ambiente competitivo e o desenvolvimento da infraestrutura nas cidades. O cliente se beneficia de serviços mais em conta, eficientes e certeiros para suas necessidades.
Na pandemia, com a febre da digitalização e a crise financeira, esse sistema disparou. “Se antes as pessoas encontravam um serviço no vizinho ou iam até a esquina vender algo, agora, por meio de uma tecnologia simples, conseguem expandir sua atuação e gerar recursos para garantir o sustento de suas famílias”, afirma Vitor Magnani, presidente da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O) e do Conselho de Economia Digital e Inovação da FecomercioSP. “Com essa aproximação dos clientes, há um efeito multiplicador em toda a economia.”
O setor é dominado por aqui por motoristas e entregadores – 1,4 milhão de pessoas utilizam apps de transporte de passageiros ou mercadorias no Brasil para se conectar a seus clientes, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A companhia de tecnologia 99 se tornou uma das gigantes da área no Brasil. Na gig economy, uma parte não funciona sem a outra e um sistema em equilíbrio beneficia a todos. Para impulsionar o ecossistema de uma maneira geral, a companhia lançou recentemente um pacote de medidas que pretende impactar o PIB em mais de R$ 500 milhões. Em meio às iniciativas que favorecem os condutores parceiros, estão o reembolso mais rápido, taxa da plataforma zerada em dias ou horários específicos e pacotes de bônus para as viagens.
Com o aumento recente de corridas na plataforma, principalmente entre a classe C, e dificuldades a exemplo do alto preço da gasolina, a ideia é favorecer o mercado e apostar em uma visão global do que pode ser aperfeiçoado. Empresas como a 99 têm ainda a possibilidade de investir em mecanismos que ajudem usuários e colaboradores, caso da inteligência artificial. Entre outras medidas, a marca conseguiu a redução de 20% de crimes contra motoristas no primeiro semestre e a queda de 45% em ocorrências sexuais contra passageiras mulheres em quatro meses, graças à tecnologia.