Forbes2904

NFT: Memes e artes digitais passam a valer milhões de dólares

NFT é o registro de propriedade de um objeto digital via blockchain, a mesma tecnologia por trás da criação de criptomoedas, como o bitcoin

Compartilhe esta publicação:

NFT é o registro de propriedade de um objeto digital via blockchain, a mesma tecnologia por trás da criação de criptomoedas, como o bitcoin

Você já pensou em ganhar milhões de dólares por conta de um meme? Ou pagar por uma obra de arte que pode ser admirada apenas pelo celular? Agora é possível. O non-fungible token (token não-fungível, em tradução livre), ou simplesmente NFT, é o registro de propriedade de um objeto digital via blockchain, a mesma tecnologia por trás da criação de criptomoedas, como o bitcoin.

Trata-se de uma solução para proteger os direitos autorais de produtores de conteúdo digitais. Ao utilizar a tecnologia, em parceria com contratos inteligentes que permitem incluir atributos detalhados como identidades e metadados, o processo torna-se ainda mais eficiente, sendo possível identificar o autor, proprietário e obra.

Agora artigos puramente digitais, como documentos, códigos e imagens passam a ter um único dono. Ao registrá-lo como um NFT, esse arquivo ganha características de autenticidade e propriedade, estimulando uma economia bilionária de bens digitais.

A venda de “Everydays: The First 5.000 Days”, coleção de desenhos e animações digitais feitas durante 5 mil dias consecutivos pelo artista Beeple, foi vendida por US$ 69,3 milhões. Um GIF de fantasma da Gucci foi arrematado por US$ 3.600. Uma coleção de móveis digitais de Andrés Reisinger rendeu U$ 450 mil em menos de 10 minutos. E o Twitter vendeu o primeiro tuíte de sua história por US$ 2,9 milhões.

Apesar da repercussão atual, os NFTs já existem há algum tempo. Em 2017, os artistas Matt Hall e John Watkinson criaram uma série de personagens digitais: os CryptoPunks. Cada imagem foi associada a um NFT. Além desses, na mesma época foram criados os CryptoKitties, jogo online que permite aos jogadores comprarem, venderem, coletarem e criarem diferentes tipos de gatos virtuais. Atualmente, alguns desses gatinhos digitais estão à venda e podem custar US$ 1 milhão.

Já foram mais de 125 mil artes vendidas e mais de US$ 350 milhões movimentados. O mês de abril nem terminou e o volume de vendas já dobrou em relação a fevereiro. O crescimento é absurdo. Os NFTs provam seu potencial enquanto catalisador na transformação da economia, o que permite a criadores monetizarem diretamente com seus fãs.

Além disso, a possibilidade de criar obras, vídeos, música, GIFs, jogos, tweets e até mesmo memes no blockchain como NFTs significa que o artigo digital de um criador pode ser vendido globalmente em mercados descentralizados. E esse processo permite que o autor receba uma porcentagem cada vez que o NFT é vendido ou muda de proprietário.

No Brasil, a febre dos NFTs ainda não começou, mas tem tudo para chegar com força. O país possui milhões de produtores digitais, que usam a internet como fonte de renda. Para esse grupo, o NFT é mais uma possibilidade de gerar recursos no mundo digital. Uma grande oportunidade para aqueles que possuem uma legião de fãs pela internet.

Porém, o crescimento dos NFTs pode gerar um grande debate no mercado. Muitos artistas digitais e produtores de conteúdo, por exemplo, enfrentam dificuldades para proteger direitos autorais online. Com isso, o NFT surge como uma possível solução para eles. Ao utilizar a ferramenta, em parceria com contratos inteligentes que permitem incluir atributos detalhados como identidade do proprietário, metadados e link seguro, torna o processo mais simples, sendo possível identificar o autor e proprietário. Além disso, ao invés de comercializar várias cópias, o artista digital venderá menos itens com um valor ainda maior para os dedicados fãs.

Artigo publicado na Forbes em 29 de abril de 2021

Forbes

Enviar uma mensagem
Posso ajudar?
Olá!
Como posso ajudar?