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Pix: riscos geram desafios de segurança no ecossistema financeiro

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O Banco Central (BC) já vem adotando medidas para mitigar fraudes e golpes, escreve especialista

Lançado pelo Banco Central em 2020, o Pix revolucionou o sistema de pagamentos do país, oferecendo uma solução instantânea e eficiente para transferências e pagamentos. Com a promessa de mudar o panorama financeiro brasileiro, o Pix tem se destacado pela sua rapidez, acessibilidade e baixo custo. Além disso, tem movimentado mais de R$ 2 trilhões por mês. No entanto, com o aumento significativo de uso, aumentam os desafios para as empresas, como a adoção de medidas de segurança mais rigorosas. E o papel das organizações, em especial das fintechs, é imprescindível neste cenário.

É possível afirmar que o Pix se estabeleceu como uma ferramenta essencial no mercado financeiro. Para se ter uma ideia, o uso do Pix foi o principal motor do crescimento das transações. De acordo com o BC, houve um aumento de 75% em 2023. Foram registradas 108,7 bilhões de transações, um aumento de 31% na quantidade e de 9% no volume transacionado em relação a 2022. Isso reflete a aceitação crescente do sistema. Uma das principais vantagens é a instantaneidade das transações, que são concluídas em segundos, em comparação com os métodos tradicionais como TEDs e DOCs.

Entre riscos e oportunidades

Com o aumento das transações realizadas através do Pix, há um aumento no risco de fraudes e ataques cibernéticos. Segundo o Relatório de Fraude Scamscope, desenvolvido pela ACI Worldwide em parceria com a GlobalData, o total de perdas com golpes aplicados por meio do Pix deve ultrapassar os US$ 635,6 milhões (aproximadamente R$ 3,7 bilhões) no Brasil até 2027.

Neste contexto, os golpistas exploram as vulnerabilidades nos sistemas para realizar transações fraudulentas ou obter informações sensíveis dos usuários. O BC já vem adotando medidas para mitigar fraudes e golpes. Uma delas é a notificação de infração e a consulta a informações vinculadas às chaves. Além disso, também criou ferramentas para trazer mais segurança às transações financeiras via Pix.

Entre os mecanismos criados para aumentar a segurança do Pix e que passarão a valer a partir de 1/11 está o limite de R$ 200 por transação quando o usuário mudar de celular. A Febraban também fez um alerta importante sobre golpes envolvendo o uso do Pix, pois os criminosos estão aproveitando o aumento no uso de soluções digitais pela população para aplicar fraudes.

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Golpes

Entre os principais golpes, estão: falso funcionário de banco, que oferece ajuda para cadastro ou testes; SMS falso, no qual a vítima recebe uma mensagem informando sobre uma operação suspeita; falso recebido, no qual o criminoso gera um recibo falso de uma transação que nunca foi realizada; e a clonagem de WhatsApp, por meio de mensagens enviadas pelos fraudadores que replicam contas dentro do aplicativo.

A mitigação de riscos também inclui a atuação das empresas que devem adotar medidas rigorosas de segurança, como autenticação multifatorial e monitoramento contínuo das transações. As fintechs desempenham um papel crucial na garantia da segurança dos usuários no ecossistema do Pix.

Essas empresas, que muitas vezes lideram a inovação tecnológica, estão na vanguarda da implementação de soluções de segurança avançadas. A exemplo da CloudWalk, dona da plataforma InfinitePay, que anunciou a expansão global e o novo aplicativo que permite o pagamento via Pix, voltado para empreendedores individuais ou pequenos negócios.

Apesar de trazer inúmeras facilidades para o consumidor, a evolução da tecnologia no setor também potencializa as ameaças cibernéticas e desafia empresas a estarem a frente dos fraudadores.

A implementação de um ecossistema de soluções de segurança já vem sendo adotada por fintechs, que realizam uma série de análises, desde a etapa de cadastro e onboarding do cliente dentro da plataforma, usando tecnologias como validação de documentos, biometria facial, e outras camadas de segurança até o momento da transação.

Desafios regulatórios e de conformidade

A conformidade com as regulamentações do BC e outras autoridades financeiras é um aspecto importante para as empresas. Elas devem garantir que suas operações estejam alinhadas com as normas estabelecidas para o Pix, o que inclui práticas de proteção ao consumidor e requisitos de transparência. A não conformidade pode resultar não somente em sanções e penalidades, mas também prejudicar a reputação de uma companhia.

O fato é que o Pix transformou o sistema de pagamentos brasileiro, oferecendo uma alternativa rápida, eficiente e acessível para transferências e pagamentos. No entanto, a sua implementação e utilização não estão isentas de desafios. Empresas precisam enfrentar a adaptação tecnológica e os riscos de segurança. Já as fintechs desempenham um papel vital na proteção dos usuários através de soluções avançadas e educação contínua.

À medida que o sistema Pix continua a evoluir, é essencial que todo o ecossistema, incluindo instituições financeiras e fintechs, colaborem para enfrentar esses desafios e garantir que o Pix continue a ser uma ferramenta segura e eficaz no sistema financeiro brasileiro. A inovação tecnológica e a adesão a melhores práticas de segurança serão fundamentais para este sistema que já está consolidado como um pilar central do mercado financeiro.


Artigo publicado na finsidersbrasil.com.br em 17/09/2024

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